Prezados colegas, é com pesar e um toque de realismo que anuncio o inevitável: estamos presenciando o ocaso do texto de blog e o declínio do SEO orgânico. Neste artigo, vamos encarar de frente essa nova realidade, marcada pela ascensão das inteligências artificiais e a mudança radical no comportamento dos usuários.
O Crepúsculo do Texto de Blog:
Os sinais são claros, e as estatísticas não mentem: o formato extenso e detalhado do texto de blog está perdendo seu poder de engajamento. Os usuários modernos estão em busca de respostas rápidas, informações concisas e soluções imediatas, e o texto de blog simplesmente não atende mais a essas demandas.
Um estudo realizado pela HubSpot constatou que o tempo médio gasto lendo um post de blog diminuiu em 20% desde 2015.
Outro estudo realizado pela OptinMonster constatou que apenas 30% das pessoas continuam lendo além do primeiro parágrafo de um post de blog.
O número de pessoas que leem blogs regularmente diminuiu em 10% nos últimos 5 anos.
A Queda do SEO Orgânico:
A transformação digital trouxe consigo uma queda considerável no alcance e na efetividade do SEO orgânico. Com a proliferação de assistentes de IA e dispositivos inteligentes, os usuários estão recorrendo cada vez mais a comandos de voz e consultas diretas aos mecanismos de busca com respostas prontas (as famosas caixinhas de perguntas), pulando a etapa de leitura de textos longos e aprofundados. O jogo mudou, e a estratégia de otimização de palavras-chave está se tornando cada vez menos eficiente.
Ou seja, o hábito de postar textos com frequência para aparecer na primeira página está praticamente na UTI, e a posição que o site está dentro da jornada do cliente e do funil de ações, passa de “a terra em torno do sol” para “a terra em torno de Jupter”.
Como funcionava antes:
Antigamente (ontem), a estratégia para captação de leads utilizando o SEO (busca orgânica) funcionava mais ou menos assim: Você criava um site, deixava ele bem lindo e bem estruturadinho, leve, com uma informação clara e com um ótimo UX.
Aí, você pegava esse site lindinho, indexava ele no Google e depois postava com uma boa frequência textos que seguiam primorosas regras de escrita, também criadas pelo Google, para garantir que quando seu cliente em potêncial fizesse uma pergunta, sua página seja uma das primeiras a aparecer para ele, dando a resposta.
Então, o desavisado leitor, consumia o conteúdo, que quando muito bem escrito e com bom SEO (regrinhas e caminhos), levava ele para outro conteúdo, e outro, e outro, até sozinho ele perceber que seu produto ou serviço era tudo o que ele precisava.
Então as empresas passaram a contratar milhares de textos para responder todo o tipo de pergunta e fazer com que seu lead percorra esse caminho e se torne um cliente. Pois bem, agora quem responde é a IA.
Sim, ela usa esse mesmo conteúdo que você produziu, mas sem sua marca e todo o resto do aparato que levava o leitor a querer ser seu cliente.
A Ascensão das Inteligências Artificiais:
Aí entram em cena as inteligências artificiais, essas “criaturinhas virtuais” (os Tamagoshis de 2023) que estão revolucionando a forma como interagimos com a informação. Assistentes virtuais, chatbots e dispositivos ativados por voz estão se tornando companheiros inseparáveis dos usuários, fornecendo respostas rápidas, precisas e personalizadas. Os algoritmos inteligentes por trás dessas tecnologias estão aprendendo constantemente e se adaptando às preferências e necessidades individuais de cada usuário.
Ou seja, porque você vai pesquisar algo no Google, se uma inteligência artificial pode compilar esses milhares de textos que já existem e transformar em uma resposta?
E agora José? O Futuro da Estratégia de Conteúdo:
Em meio a esse cenário de mudança, é fundamental repensar nossa estratégia de conteúdo. A busca por informações rápidas e a preferência por respostas diretas exigem uma abordagem mais focada em formatos dinâmicos, como vídeos curtos, lives nas redes sociais e stories interativos.
De acordo com um estudo da Cisco, até 2025, 85% do tráfego global da internet será composto por vídeos. Isso significa que os vídeos representarão a maioria de todo o tráfego da internet em apenas alguns anos.
O número mais recente, do fim de 2022, indica que os brasileiros passam, em média, 3 horas e 46 minutos por dia conectados às redes sociais. (Fonte: Resultados Digitais)
As redes sociais desempenham um papel crucial na disseminação de conteúdo, permitindo que as marcas se conectem diretamente com seu público-alvo e criem experiências mais envolventes.
Além disso, a personalização continua sendo a chave para conquistar e reter a atenção dos usuários. As plataformas de inteligência artificial estão se aprimorando constantemente, permitindo que os profissionais de marketing entreguem conteúdo altamente segmentado e relevante, adaptado às preferências individuais dos usuários. Ao combinar a personalização com os formatos de vídeo e as redes sociais, é possível criar experiências únicas e memoráveis para o público.
E porque vou ler se posso ver e ouvir? E se eu quiser ler, porque ler um monte se posso ter a resposta imediata perguntando para uma IA? Essa é a questão. Por mais irracional que pareça, não temos como segurar essa mudança, nos próximos anos os investimentos de marketing estarão cada vez mais direcionados ao tipo de conteúdo que as pessoas querem consumir.
Conclusão:
Ah, mas Sari, estou lendo o seu conteúdo aqui, ele está escrito!
Pois bem, o Linkedin não é um blog. Você não está lendo porque digitou uma pergunta e eu apareci como resposta. Você está lendo porque me segue, tem interesse no meu conteúdo e espera por ele. Essa é a mudança de comportamento que precisamos analizar. Não é sobre parar de escrever, é sobre onde escrever e em qual etapa de funil esse tipo de conteúdo se enquadra.
À medida que nos despedimos do texto de blog e do SEO orgânico tradicional, abrimos as portas para uma nova era do marketing de conteúdo. A ascensão das inteligências artificiais, o surgimento de formatos dinâmicos como vídeos e a influência das redes sociais estão moldando o futuro da estratégia de conteúdo. Nesse novo cenário, é essencial adaptar-se às preferências e necessidades dos usuários, oferecendo respostas rápidas, conteúdo visualmente impactante e experiências personalizadas.
Portanto, caros colegas, preparem-se para explorar todo o potencial das redes sociais, investir em vídeos envolventes e aproveitar as ferramentas de personalização oferecidas pelas inteligências artificiais. O futuro do marketing de conteúdo é promissor, desde que estejamos dispostos a abraçar as mudanças e encontrar maneiras inovadoras de alcançar e encantar nosso público.
Mudar nunca é fácil, adaptar-se então, é sempre um misto de “não quero, não gosto, não vou”, até realmente acontecer. Nesse texto foquei em falar do fim do texto de blog com o intuito de gerar leads, mas as mudanças nos próximos 5 anos incluem também o formato de tráfego pago que conhecemos, além de muitas outras coisas cotidianas atualmente. Sim, serão mudanças insanas.